Nas últimas semanas o mundo foi impactado pelo surto do novo Coronavírus, o que vem prejudicando social e financeiramente diversas pessoas e instituições ao redor do mundo. Um dos impactos observados, foi a forte alta do Euro em relação ao real. O texto terá como objetivo exemplificar o porque dessa alta ser tão prejudicial ao Flamengo e ao mercado brasileiro em geral.
O grande mercado do futebol mundial é o europeu, logo todas as grandes transações são feitas em EURO. Exceções acontecem no futebol sul americano, em que algumas negociações ainda acontecem em Dólar.
Toda a captação de recursos dos clubes desde cotas de TV até contratos de patrocínio, com exceção da venda de jogadores, é feita em real.
Sendo assim, enfrentam extrema dificuldade de se manter competitivos no cenário global. Tendo em vista que na cotação atual, o EURO está avaliado em: R$ 5,42.
Vamos aos dados técnicos que exemplificam como essa alta flutuação prejudica o futebol nacional:
O CRF no dia 28/01/2020 contratou o atleta Gabriel Barbosa pela bagatela de €17 milhões, que na cotação do dia equivaleria a: R$78.200.000
Percebe-se que no espaço-tempo menor do que 2 meses o Flamengo fez uma “economia” de quase R$14 milhões de reais. Ou seja, se Gabigol tivesse sido comprado hoje, o clube teria que desembolsar uma quantia milionária a mais, simplesmente pelo fato da flutuação ter sido forte no período. O que pode ainda pode ser prejudicial na janela do meio de ano, caso o clube não se prepare.
O que assusta, é que em um período ridiculamente curto de tempo a moeda tenha variado de maneira tão considerável.
Flutuações tão acintosas reduzem o poder de investimento dos clubes Brasileiros.
Fazendo uma análise do crescimento de receitas do quando comparado ao euro, no período de 2013-2019 temos:
OBS: Usaremos sempre o câmbio do ultimo dia do ano para análise
O que se tira de conclusão da tabela é que mesmo com notória recuperação financeira, o clube continua sofrendo com a taxa de câmbio que limita seu investimento no mercado internacional.
De 2013 pra cá, o Flamengo aumentou sua receita em 344%, mas quando se analisa o crescimento financeiro na principal moeda do mercado, vemos uma redução drástica para 244%.
Vale lembrar que estamos falando de um dos clubes mais saneados do Brasil. A situação de alguns rivais é calamitosa e investimentos de grande porte se tornam absolutamente inviáveis. Pois representariam grande parte de sua receita, prejudicando assim o seu exercício.
Além de corroer o poder de compra dos clubes, essa taxa dificulta as equipes a segurarem os seus jogadores. Tendo em vista que com valores relativamente pequenos (para a sua receita) clubes europeus conseguem fazer propostas e tirar os principais jogadores dos Brasil.
Desvalorizando as ligas nacionais e gerando um ciclo vicioso, que deve ser quebrado pelas agremiações. Muitas das vezes a única saída para os clubes endividados é a venda desses atletas.
Tendo em vista o que foi desenvolvido, nota-se que uma alta taxa de cambio prejudica o poder de investimento dos clubes.
As agremiações devem se manter atentas a flutuação. O mercado da bola já passa por uma preocupante inflação natural de suas cifras, devido ao acréscimo de receitas dos clubes pelo mundo.
Além de acompanhar a tendência de crescimento financeiro global, o que não acontece, deveríamos adotar políticas financeiras que nos protejam de variações desse tipo. Sabendo escolher momentos vantajosos para fazer os aportes, para que assim, consigamos manter/aumentar nosso poder. Consequentemente melhorar a competitividade brasileira no mercado mundial.
Para quem sabe um dia, podermos figurar no topo do mercado internacional da transação de atletas.
Saudações Rubro Negras!